Incêndio na Floresta e a União dos Animais
Houve uma grande confusão na floresta. Do alto de sua pedra no STF – a Suprema Torre da Floresta –, o Rei Xandão avistou uma coluna de fumaça subindo ao céu, como um grito de socorro.
Geraldo, o tucano de asas ágeis, voou até o rei e anunciou com urgência:— Majestade! A floresta está pegando fogo. Foi aquele tal de Messias! Ele mandou queimar tudo!
O Rei Xandão franziu o cenho, indignado com a notícia. Com os poucos pelos eriçados de sua juba, declarou:— Vá até a margem da lagoa e pergunte ao sábio Lula o que podemos fazer.
Sem hesitar, o tucano alçou voo e encontrou Lula e Janja na margem, verificando as fake news espalhadas por Messias e seu gabinete do ódio. Janja, companheira inseparável de Lula, alimentava os peixes com frutinhos do cerrado. O casal de ararinhas-azuis em extinção era conhecido por seu amor pela floresta. Assim que Geraldo lhes informou sobre o incêndio, eles rapidamente conectaram os pontos, já sabendo quem era o mandante.
— Eu avisei — disse Lula, coçando o queixo. — Esse Messias só trouxe discórdia, ódio e destruição. O fogo é só mais uma de suas obras nefastas.
Naquele instante, Simone, uma linda cisne de plumagem branca como a neve, chegou acompanhada da majestosa pelicana Marina. As duas, conhecidas por suas causas ambientais e sociais, vieram oferecer ajuda. Elas deixaram claro que, apesar das divergências políticas, para combater o fogo, a fome, as fake news e proteger a democracia, Lula poderia contar com ambas.
Lula convocou uma assembleia emergencial. O chamado ecoou pelos vales e bosques, e todos os animais se apressaram a atender. No entanto, o caminho não foi fácil. Hienas de risada escarnecedora – fervorosas seguidoras de Messias – tentaram bloquear a passagem de outros bichos, espalhando confusão e medo:— A floresta não está pegando fogo! É só fumaça! E, mesmo que esteja, a culpa é dos próprios animais, que não cuidaram direito!
Os lobos-guarás e as jaguatiricas, unidos, enfrentaram as hienas. Com palavras firmes e determinação, abriram caminho para os animais hesitantes:— Não deixem que o medo os impeça! Estamos juntos nessa!
Por fim, todos conseguiram alcançar a clareira principal, onde o Rei Xandão aguardava ao lado do sábio Lula.
O Rei Xandão abriu a assembleia explicando pontos fundamentais da Constituição da Floresta, destacando os direitos e deveres de todo ser vivo. Em seguida, passou a palavra a Lula.
Os murmúrios cessaram quando Lula subiu ao centro. Sua voz firme abafou o som das folhas secas sob as patas dos animais:— Amigos, esta é nossa floresta. Nosso lar. Não podemos permitir que seja destruída pela ganância, pelo ódio ou pela ignorância. Unidos somos mais fortes!
Sua fala ecoou, e os animais vibraram em uníssono, como um forte aplauso. Marina ergueu o bico e acrescentou:— Não é apenas a floresta que está em jogo. É a nossa convivência, nossa democracia, nossa essência como seres livres.
Simone concluiu:— Não haverá anistia para quem destruiu tanto. Justiça será feita, por todos nós.
O discurso inflamou os ânimos. Mesmo os mais reticentes se uniram, reconhecendo a importância de proteger a floresta. Corvos levaram mensagens a regiões distantes, convocando reforços.
A Grande Mobilização
Depois da assembleia, os animais partiram para a ação. Cada grupo contribuiu com sua habilidade única:
Lula e Janja coordenaram os esforços estratégicos, inspirando os outros com palavras de união. Marina liderou o grupo que cuidava dos animais feridos, enquanto Simone organizava um sistema de evacuação para as áreas mais afetadas. Os elefantes usaram suas trombas para carregar água das lagoas até os focos de incêndio. Os macacos formaram correntes para apagar o fogo. Os beija-flores criaram linhas de abastecimento, levando gotas de água para os lugares mais inacessíveis.
Era uma mobilização nunca antes vista. Quando o incêndio foi contido, os rastros de destruição levaram os animais até o esconderijo de Messias e seus cúmplices. Eles foram encontrados rindo em uma clareira desmatada, cercados por pilhas de madeira queimada, sacos de ouro e pedras preciosas furtadas da floresta pelos garimpeiros apoiados por Messias.
Os animais os cercaram. Lula, firme, declarou:— Vocês destruíram nossa floresta, nosso lar. Não haverá perdão. Não haverá anistia. A justiça será feita!
Messias tentou argumentar, mas as provas eram irrefutáveis. Até mesmo antigos aliados, como o urubu Mourão, optaram por testemunhar a favor da floresta.
A Reconstrução
Com Messias e seus asseclas punidos, os animais se dedicaram à reconstrução. A união entre os poderes e as espécies trouxe um novo vigor à floresta:
Os ipês voltaram a florescer graças ao trabalho incansável das abelhas e borboletas. As nascentes foram restauradas pelos jacarés e tartarugas, que limpavam os rios. A educação foi reforçada: corujas passaram a ensinar os filhotes sobre a importância de proteger o lar e combater as fake news.
Na clareira, sob a luz das estrelas, o Rei Xandão declarou em tom solene:— Que esta lição nunca seja esquecida. Nossa união salvou a floresta. Lula, emocionado, concluiu:— Nunca na história desta floresta vimos tamanha união. Que ela sirva de exemplo para sempre.
Os animais celebraram. O incêndio trouxe dor, mas também a certeza de que a solidariedade e a justiça podem vencer até as chamas mais devastadoras.
E, com um sorriso, Janja finalizou:— O amor venceu o ódio!
Autora: Damaris Bueno
Direitos reservados, podendo ser amplamente compartilhado com os créditos a autora.
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